quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Anúncio
(Fabio Selvatici)
Anúncio
Procura-se especialista em implosão de almas sem causar danos corporais.
Zona: Portugal Continental Empresa: Particular
Data: 17/12/2015 Categoria: Serviços Técnicos
Motivo: Alma em péssimo estado Pagamento: À cabeça
segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Pain
(Bing Lk)
To The God Of Pain
Unwilling priestess in thy cruel fane,
Long hast thou held me, pitiless god of Pain,
Bound to thy worship by reluctant vows,
My tired breast girt with suffering, and my brows
Anointed with perpetual weariness.
Long have I borne thy service, through the stress
Of rigorous years, sad days and slumberless nights,
Performing thine inexorable rites.
For thy dark altars, balm nor milk nor rice,
But mine own soul thou'st ta'en for sacrifice:
All the rich honey of my youth's desire,
And all the sweet oils from my crushed life drawn,
And all my flower-like dreams and gem-like fire
Of hopes up-leaping like the light of dawn.
I have no more to give, all that was mine
Is laid, a wrested tribute, at thy shrine;
Let me depart, for my whole soul is wrung,
And all my cheerless orisons are sung;
Let me depart, with faint limbs let me creep
To some dim shade and sink me down to sleep.
To The God Of Pain
Unwilling priestess in thy cruel fane,
Long hast thou held me, pitiless god of Pain,
Bound to thy worship by reluctant vows,
My tired breast girt with suffering, and my brows
Anointed with perpetual weariness.
Long have I borne thy service, through the stress
Of rigorous years, sad days and slumberless nights,
Performing thine inexorable rites.
For thy dark altars, balm nor milk nor rice,
But mine own soul thou'st ta'en for sacrifice:
All the rich honey of my youth's desire,
And all the sweet oils from my crushed life drawn,
And all my flower-like dreams and gem-like fire
Of hopes up-leaping like the light of dawn.
I have no more to give, all that was mine
Is laid, a wrested tribute, at thy shrine;
Let me depart, for my whole soul is wrung,
And all my cheerless orisons are sung;
Let me depart, with faint limbs let me creep
To some dim shade and sink me down to sleep.
Sarojini Naidu
domingo, 6 de dezembro de 2015
domingo, 15 de novembro de 2015
Dor
(Egon Schiele)
Doem-me os dedos de tanto inventar o teu corpo.
Dói-me o corpo de tanto inventar os teus dedos.
Doem-me os dedos de tanto inventar o teu corpo.
Dói-me o corpo de tanto inventar os teus dedos.
domingo, 27 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
Vazio
(Dorota Gorecka)
O corpo, vazio da alma, arrefece e morre, ainda que continue a fazer a vida do costume.
O corpo, vazio da alma, arrefece e morre, ainda que continue a fazer a vida do costume.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
terça-feira, 16 de junho de 2015
Chama
(Sara Vieira)
Olhou-se ao espelho, marcada pelo tempo e pela tristeza. Indigna de ter a chama que a iluminara, decidiu apagá-la.
Olhou-se ao espelho, marcada pelo tempo e pela tristeza. Indigna de ter a chama que a iluminara, decidiu apagá-la.
domingo, 14 de junho de 2015
Afogamento
(Joseph-Desire Court)
Sobe-lhe uma torrente de lágrimas aos olhos que antes eram secos e sorridentes. Arde-lhe o corpo de tristeza e de falta. É em lágrimas e não em amor que se afoga.
Sobe-lhe uma torrente de lágrimas aos olhos que antes eram secos e sorridentes. Arde-lhe o corpo de tristeza e de falta. É em lágrimas e não em amor que se afoga.
terça-feira, 9 de junho de 2015
segunda-feira, 8 de junho de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Da busca da solidão
Conta só Contigo
Encontrarmo-nos diante das coisas liberta o espírito. Encontrarmo-nos diante dos homens, de dependermos deles, avilta, e tal acontece, quer esta dependência tenha a forma da submissão, quer a da autoridade.
Porquê estes homens entre mim e a natureza?
Nunca ter de contar com um pensamento desconhecido... (porque, nesse caso, somos abandonados ao acaso).
Remédio: fora dos laços fraternos, tratar os homens como um espectáculo e nunca procurar a amizade. Viver no meio dos homens como no vagão de Saint-Etienne a Puy... Sobretudo nunca permitir-se desejar a amizade. Tudo se paga. Conta só contigo.
Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'
terça-feira, 26 de maio de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Máscara
(Guillermo Lorca)
Levanto-me mas deixo no leito, no suor e nos pesadelos nocturnos, aquilo que sou. A máscara que ajusto é a da mediania simpática e suave. A verdadeira Inês, selvagem e sem freio, dorme de dia.
Levanto-me mas deixo no leito, no suor e nos pesadelos nocturnos, aquilo que sou. A máscara que ajusto é a da mediania simpática e suave. A verdadeira Inês, selvagem e sem freio, dorme de dia.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Tristeza
(daqui)
Tristeza
Esta noite eu durmo de tristeza.
(O sono que eu tinha morreu ontem
queimado pelo fogo de meu bem.)
O que há em mim é só tristeza,
Tristeza
Esta noite eu durmo de tristeza.
(O sono que eu tinha morreu ontem
queimado pelo fogo de meu bem.)
O que há em mim é só tristeza,
uma tristeza úmida, que se infiltra
pelas paredes de meu corpo
e depois fica pingando devagar
como lágrima de olho escondido.
(Ali, no canto apagado da sala,
meu sorriso é apenas um brinquedo
que a mãozinha da criança quebrou.)
E o resto é mesmo tristeza.
Ivan Junqueira, in 'Os Mortos'
pelas paredes de meu corpo
e depois fica pingando devagar
como lágrima de olho escondido.
(Ali, no canto apagado da sala,
meu sorriso é apenas um brinquedo
que a mãozinha da criança quebrou.)
E o resto é mesmo tristeza.
Ivan Junqueira, in 'Os Mortos'
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Nada
Sente-se inútil. Parece-lhe que nada lhe resta a fazer. Cada dia se faz autómato e deixa que o corpo a leve, ainda que caia.
terça-feira, 28 de abril de 2015
domingo, 26 de abril de 2015
Dupla
(Ans Markus)
Esmagara-se-lhe o peito da falta. Restava-lhe respirar devagar, para que a dor não a matasse de vez. Decidiu ser outra, fazer de conta que era ela mas não o ser. Passou, então, a ser duas...
segunda-feira, 20 de abril de 2015
sábado, 18 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Palavras
(Gustav Klimt-water serpents)
Nunca temi as palavras. Uso-as com doçura, com agressividade. Uso-as polidas, desabridas, pudicas, ardentes. As palavras, mesmo as não ditas, são a minha essência. Tenho saudades de dizer-tas.
Nunca temi as palavras. Uso-as com doçura, com agressividade. Uso-as polidas, desabridas, pudicas, ardentes. As palavras, mesmo as não ditas, são a minha essência. Tenho saudades de dizer-tas.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Mãos
As tuas mãos. Sempre as tuas mãos, ardendo como brasas no meu corpo em ânsia pelas queimaduras de terceiro grau.
terça-feira, 14 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
Inês sou, Senhores
(Sonia Marialuce Possentini)
Inês sou, Senhores, como a outra, aquela a quem mataram por de Pedro ser amante. A mim, mato-me eu, de alma inerte, que me não ama mais o meu Senhor.
Inês sou, Senhores, como a outra, aquela a quem mataram por de Pedro ser amante. A mim, mato-me eu, de alma inerte, que me não ama mais o meu Senhor.
Tateio
(Isaac Israëls: Woman in front of Van Gogh's Sunflowers, 1917)
Tateio
Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.
Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.
Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
Hilda Hilst, in 'Preludios-Intensos para os Desmemoriados do Amor'
Tateio
Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.
Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.
Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
Hilda Hilst, in 'Preludios-Intensos para os Desmemoriados do Amor'
Perco-me
(Woman - Kim Molinero)
Rasga-se a carne,
Jorra o sangue,
Morre-me a alma.
Perco-te e, perdendo-te,
Perco-me.
Rasga-se a carne,
Jorra o sangue,
Morre-me a alma.
Perco-te e, perdendo-te,
Perco-me.
Subscrever:
Mensagens (Atom)